Este é o reflexo da minha alma, onde milhões de figuras assomam este pátio que não se perdeu.
Está apenas longe, feito contorno.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Posso continuar a ser como sou. Todos os dias me agradeço um pouco pela genuína falta de cuidado com as palavras, pela estranha inocência depois de tanto assistir à vida.
Podemos carregar tudo e ainda assim transportarmos uma indelével pureza.
Posso continuar a ser como sou. Cheia de vidas por dentro e sem medo algum. Por vezes esbarro com a verdade e agarro-a para que acorde, outras agarro-me a mim porque dói infinitamente.
Interessa-me seguir, caminhar destemida para achar o sentido das coisas.
Por vezes, ouso um sono profundo no entanto vigilante e aí a viagem começa.
Nesta travessia permito-me querer-te. Acalento o pensamento e agradeço conseguir experimentar tanta vontade e ternura, mesmo não sendo comum encontrar ambas. Vou ao fundo e reconheço tudo. Tudo sem excepção. Não me pergunto porquê, há coisas que não devemos saber..
Deixo que tudo me consuma, se dissolva em mim como uma mancha profusa, uma comunhão perfeita, e por ali fico, embalada numa perdição sem igual.
Agora volto à superfície quando posso com um infinito desejo de respirar, de dizer, de te contar...
Esta viagem, esta forma de viver sempre foi minha, mas os meus dias e as minhas cores mudaram.
Existes.
sábado, 19 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Estou fechada em mim como um entardecer constante
num sonho de frases ditas, escritas e alinhadas como balas.
Estou para lá da vida muitas vezes
e nestas viagens cruzo-me contigo, mas não te vejo.
Quando volto, descanso as mãos nas estacas geladas e repouso.
Espero-te junto ao cais das folhas mortas.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Sabes que vivo além do possível, numa zona de almas recolhidas, sagradas, consumidas,
Sabes que me sentei tantas vezes, que perdi o rumo e a conta
ao tentar decifrar estes códigos. Estão escritos em vidros molhados, esmorecem depressa...
O consciente é demasiado brilhante. Ruidoso.
Anda, fica comigo por partes nesta penumbra.
Ninguém sentirá a nossa falta.
Ninguém, excepto eu.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Mantenho-me no meu submundo onde vultos circulam e sussurram,
onde a realidade é minha, onde o prazer é meu aliado,
o ridículo, a coragem e a paixão se juntam num abraço etéreo.
É aqui que renasço, que vibro, que me colo ao pensamento.
É este mundo de loucos, de seres e de sentidos, todos eles,
que me eleva e proporciona este dote.
Mantenho-me aqui, onde posso guardar a miséria, o regozijo e o prazer de todos os semblantes.
É aqui que o sexo é um olhar, que o erotismo é uma palavra, que um orgasmo és tu.
É aqui que se faz a passagem, que se baralha a vida, que se viaja e se troca a pele.
Este submundo prospera e com ele faço jardins de almas.
Os dias passam.
Com eles trazem lanças de oxigénio e eu aguardo que a vontade se canse.
Espero...
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Queria guardar-te. Numa mão, num tecido que perdure a tua fragrância, o teu sabor.
Não é egoísmo, pois voas e cais, e deitado, observas a viagem como ninguém.
Trazes contigo a minha fantasia, o segredo, o vício, o pensamento.
Tens este mundo e outro, e mais outro ainda.
Um dia, talvez, encontramo-nos lá no fundo.
Onde a matéria é segredo e o ar, irrespirável.
“I want to undress you, vulgarize you a bit.”
Henry Miller
Onde a matéria é segredo e o ar, irrespirável.
“I want to undress you, vulgarize you a bit.”
Henry Miller
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