quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Poema de um suicida

Se me quiseres tocar,
senta-te, respira fundo e revê
dias e noites gloriosas que vivemos.
Estarei a circular no teu sangue
porque o teu cérebro se lembra de mim, processa-me.
Se me quiseres falar,
diz-me, conta-me histórias
de ti, de mim, de nós.
Estarei no livro da tua cabeceira
na sombra que projectas 
pela luz que irás apagar.
Não me julgues,
não me julgues...
Numa vida sem sonhos,
a alma num tumulto, mas nunca derrotada,
assumi o papel principal.