terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Existem momentos valiosos que por o serem, acontecem apenas esporadicamente.
Dependem da reciprocidade, do genial que contêm, da obscura cumplicidade.
Dependem do significado, do dialecto implícito, do ritual da expressão.
Uma sofreguidão só facilmente entendida por quem a deve entender.
A felicidade, por fases, é dos inconformados.
De ninguém mais.
Se dentro de todos nós existem demónios, deixemo-los viver.
O que seria da vida sem este crepitar na consciência?

Acho a vida muito simples de viver. Talvez até demasiado.
Ou serei eu complexa demais e por isso a entendo assim?
Admiro no entanto os seus ténues sinais e subtis indicadores de percurso.
Trocamos a alma por horas, coisas que medem o tempo
quando se deve deixar fluir. Não é isso a liberdade?
Demasiado complexo? Não se deve indagar. É relativo.
A coragem faz-nos sim complexos e inteiros. Com propósito.
Sempre achei que confrontar algo, na proporção correcta,
é de uma inocência sublime.