É difícil querer-te sempre ou muito.
Tanto.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Queria guardar-te. Numa mão, num tecido que perdure a tua fragrância, o teu sabor.
Não é egoísmo, pois voas e cais, e deitado, observas a viagem como ninguém.
Trazes contigo a minha fantasia, o segredo, o vício, o pensamento.
Tens este mundo e outro, e mais outro ainda.
Um dia, talvez, encontramo-nos lá no fundo.
Onde a matéria é segredo e o ar, irrespirável.
“I want to undress you, vulgarize you a bit.”
Henry Miller
Onde a matéria é segredo e o ar, irrespirável.
“I want to undress you, vulgarize you a bit.”
Henry Miller
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Ainda sobre o amor...
Não queiramos que nos chegue, nem devemos falar sobre ele.
Está lá longe, a aguardar o dia que não vai chegar.
Está sentado sobre si mesmo, sem rumo, sem ajuda, mas não arrebatado.
Esta vida que te dou, é incondicional. É densa e plena.
A mais pura perversão na forma terna, lenta, admirável, porém confusa.
Uma alquimia inigualável que é minha,
porque de outra forma é difícil viver.
domingo, 30 de dezembro de 2012
O amor age como uma praga.
Arrebata todas as faces da felicidade. Tudo se enreda e transforma.
O amor cria interregnos na vida, agarra-nos pelos ombros, sacode-nos para longe e não tenciona resgatar-nos.
Prefiro a sensatez do encantamento.
Este que me embala, que me seduz, que me eleva a estágios indizíveis.
Este, onde habita parte de ti e o meu todo.
Um desajustamento perfeito.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Somos seres inteiros, de passos previamente traçados e
devidamente imunes. Não deixamos de sorrir nem de criar laços,
muito menos nos privamos das fases onde a felicidade se atreve.
Mas eu quero esta seita de vivências, de momentos onde realmente estou, porque tudo em mim é sentido e digerido num sôfrego caos,
num abraço lento e descuidado.
Eu quero o além disto e o oposto de ontem
o que virá desconhecido, ou já foi, amanhã ou depois.
Eu quero usar os teus dedos nos meus. De mãos apertadas
ou só tocadas.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Os viajantes do pensamento
Acordei a pensar que há coisas que não se devem dizer. Palavras inomináveis. Simples palavras que alteram o estado de espírito e que causam geralmente mau estar.
Acordei a reflectir no estado mágico, commumente conhecido como estado de graça.
O estado mágico contempla sensações, atitudes, palavras, visões, enfim, é o condutor perfeito para o mais eficaz estado de alienação.
E existem as coisas que sabemos e que não dizemos que sabemos porque se o fizermos, perdem a força e chegam a ser inconvenientes.
Há assim uma necessidade de conter a impetuosidade, quase uma obrigação. Refiro-me a um simples observar a atitude de alguém que se esforça por parecer estar confortável, a um olhar que não deveria ser detectado, a um sem número de sinais que são evidentes mas que não assumimos perante outra pessoa, porque o estado mágico assim o determina.
Sim, nós sabemos muitas coisas e guardamo-las porque gostámos que não fossem expressas. E os outros sabem que nós sabemos. E nós sabemos que eles sabem e sorrimos.
Sim, nós aprendemos sozinhos a observar o mundo e estas pequenas formas de magia, mas nem todos o sabem fazer.
Sim, só viajantes do pensamento como nós, podem gostar de guardar certos momentos, certos descuidos emocionais intencionais.
Nós que apenas por observação, conseguimos absorver uma pessoa até a "esvaziar" e que por isso, carregamos um peso incomensurável.
Desengane-se quem possa achar monótono. Temos o guião e sabemos os passos, mas não deixamos de nos emocionar ao assistir ao milagre da interpretação.
Confuso e incompreensível? Este texto vai para quem reinventou esta forma de caminhar na vida.
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