Inquietude.
A minha voz na tua, de olhos abertos, num ritual não praticado, mas vigente.
Em qualquer momento, como quem sonha um abismo, mas desenha céus de estrelas apagadas.
sexta-feira, 15 de maio de 2015
sexta-feira, 17 de abril de 2015
A culpa é dos finais. Aqueles que implicam um não te percas. Um único, tão só assim. Um desarranjo, porque a vida nos mata ao segundo e eu posso adiar a dor por intervalos. Porque esses instantes me afogam e eu gosto do declive. Não faz sentido estar sempre à superfície, se ao fecharmos os olhos durante a descida, lavamos as esporas e somos simples e irremediavelmente reais.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
A tristeza é tão grande, que lhe sinto o peso, o perfume. Abraça-me e enleia-se nos poros. Serve-me nas noites mais frias e, dimensionalmente, cala e segura-me as mãos reservadas.
Mas o Inverno vai acabar, e o calor deste profuso abraço vai-me afogar.
Por camadas.
Como escadas que eu não quero descer.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Ontem sonhei com cavalos sem cabeça. Dançavam ao som de uma harpa feita de cordas de navios afundados.
Através do chão de acrílico ou gelo, consegui ver as cordas esticadas. Aquela forma de ver até onde a vista alcança.
Compreendi que ali iria abismar os abalos e as futuras infinitas réplicas. Ficariam protegidos por uma singular e macia ordem secreta.
Submersos, como se nunca tivessem trespassado a película das artérias.
Através do chão de acrílico ou gelo, consegui ver as cordas esticadas. Aquela forma de ver até onde a vista alcança.
Compreendi que ali iria abismar os abalos e as futuras infinitas réplicas. Ficariam protegidos por uma singular e macia ordem secreta.
Submersos, como se nunca tivessem trespassado a película das artérias.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Poderei voltar a ser como fui durante anos a fio? De uma intocabilidade nata, quase feroz. No meu próprio lugar, a redoma que teci com uma verdade e habilidade invulgar. Dia após dia. Embora previsse, caminhar com a morte não é tarefa dócil. Nem impossível. Nem tampouco menos gratificante. É apenas admiravelmente improvável.
"Once the chaos subsides, we have to go back, take another look. We have to ask ourselves, ‘can this body be put back together?’ If we’ve done our jobs right, it can."
"Once the chaos subsides, we have to go back, take another look. We have to ask ourselves, ‘can this body be put back together?’ If we’ve done our jobs right, it can."
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
quarta-feira, 18 de junho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Quando nos sentimos apoderados do imenso, queremos retratar,
transpor, mas nunca será suficiente. Resta-me contemplar o fantástico e guardar
em mim todos os delírios. Desordenadamente.
Tenho a alma e o sangue a ebulir de vida (e de vidas).
A minha existência, que já não era destilada, será a minha fatal distracção.
Tenho a alma e o sangue a ebulir de vida (e de vidas).
A minha existência, que já não era destilada, será a minha fatal distracção.
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