sábado, 20 de abril de 2013


Ainda que me duplique,
me termine,
me revolva.
Ainda que os pensamentos
se descarnem e
de inanimados se transformem
em imagens vivas 
com relevo e textura.
Ainda que a pele tenha memória...


Tornar casual uma ou duas palavras,
quando na realidade 
nos entram no cérebro como chamas.
Ironizar, satirizar a pequena dor,
porque é assim que se chama
esta altercação da consciência.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando admiramos algo que nos tira o fôlego e nos alcança,
quando não podemos deixar de sentir, porque é uma força bruta, o impacto perfeito,
quando afectados nos queremos recompostos, por não sabermos lidar com tanto,
quando não sabemos agarrar a cheia, porque nos cerca e somos humanos.
quando não parece real e nos incomoda a incómoda surpresa,
quando as estações mudam e ficamos confusos com o conflito,
devemos deixar entrar, deixar circular, devagar...
Podemos simplesmente não morrer. 
Cheira-me a tempo morno,
a noites de Verão.
Cheira-me à tua ausência
muito mais sentida no calor

das madrugadas que se antecipam.
Quentes.
Quentes, sinuosas e vazias.

domingo, 14 de abril de 2013

A ternura que te tenho abre céus,
portas e paraísos mais.
Seria mais eu se te pudesse embalar
nas minhas mãos doentes de ti.
Sabes que para além de tudo,
poderia adormecer-te
com os dedos no teu cabelo.
Dizer-te a cada passagem
a falta que me fazes 
e os livros que já li.


sexta-feira, 12 de abril de 2013


Entras-me no cérebro quando me beijas
A tua saliva atravessa os sulcos, e segue.
Eu fico aqui,
demente,
até que retomes este percurso.

segunda-feira, 8 de abril de 2013


A felicidade não é fixa.
Ser feliz é poder sentir com alguém o sentido das coisas.
O sentido do silêncio, as palavras guardadas, 
a fragrância, o pulsar das veias
(por segundos que seja).
Esses momentos, valem mais que uma busca.
Uma busca incessante.
Falo de ti que me transportas,
sonho após sonho.

http://youtu.be/VbpMpRq6DV4

domingo, 7 de abril de 2013

A pureza que te ofereço
é de tal forma densa,
que a sentirei por ti amanhã,
ou sempre que os meus sentidos
te sentirem por perto.

sexta-feira, 5 de abril de 2013


Enquanto as cortinas esvoaçam como fantasmas, 
quero escrever-te, mas as palavras estão longe...
És como um fim de dia para mim, um céu repentino,
uma gota na minha sede.
Parte de uma história que não escrevi nem entendo,
mas reconheço de alguma forma.

Preciso de me afogar.