quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sensifica o plano onde o meu e o teu corpo se reconhecem em quebras. Quebras de silêncio, de muros, que deitados por terra deixam que se queimem os sulcos. Por fases. Surpreendentes fases. 
Desagua sem limite.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Só tu trazes contigo os meus eternos e mais invulgares segredos. E serás sempre assim.

domingo, 20 de outubro de 2013

Trago-te essencialmente na cabeça. Uma forma de pensar - um código, conduta ou alquimia.
E entre dias e espaços no tempo, tenho-te na memória. Tão física, que me dói.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dou por mim a pensar sobre frases que nunca escrevi. Momentos que não legendei. Por vezes não devemos escrever sobre eles. Ficam no encantamento dos ponteiros do tempo. Assim, a memória não nos atraiçoa, embora não nos liberte. Há momentos indizíveis. Tão grandes que não cabem nas palavras.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Faço por guardar, já com pó evidente, as palavras, porque de nada me servem. Resto eu, inteira, nua, crua e macia, ali deitada. Espero entender porque me abro, sabendo de antemão a resposta. Mas insisto, embora nunca tenha conseguido alcançar o teu alcance e apenas sei que a minha carne gosta de ser chamada de carne. Que a espantosa ternura que por ti me escorre, permanece. Sem conflito. Que este lugar onde me encontro, seria um matadouro de sonhos, mas eu fervo de realidade.
O meu tempo e a saudade são verdadeiros - tão intrínsecos, tão tangentes. 

Metade de mim, deseja-te. A outra metade, deseja-te e guarda-te com delicadeza sem te dobrar. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Abate, reduz e aniquila
ao ponto final, recta tangente,
que resiste em não resistir.
Dá-me os braços,
magoa-me, 
espreme os minutos e derrama-os
ao acaso, mas certeiro.
A omissão pode ser simplesmente perfeita

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Se a vida fosse escolhida, como um dia de chuva, 
levava-te pelas mãos nas ruas desta cidade.
Não te diria uma palavra, mas saberias escutar-me,
nem voltaria a sentir, nunca mais, a minha própria ausência.

sábado, 7 de setembro de 2013

O tempo pára. Estagna de forma ambígua
As ruas e as pessoas são agora quadros perfeitos.
No fundo, tudo permanece inalterado.
Fecho os olhos e és só tu.
Só tu.

Estar contigo é matar o que me rodeia.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Vejo a vida. Em crescendo. Nunca o oposto.
Porque em ti nada morre.
Em ti correm rios, turvos, secos,
mágicos e indizíveis.
Em ti corre o nada que depois
se faz tarde ou cedo demais.
Pode não ser coisa alguma, 
mas daqui a instantes invades-me. 

E é por isto,
É por tudo isto.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013



Se eu pudesse, trazia-te nas vagas macias e deitava-te nas minhas pernas flectidas.

Seriamos vidas como tantas outras, mas menos distantes.
Menos distantes e com asas feitas de pele.