sexta-feira, 5 de julho de 2013

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Quando fujo de noite, tento acalmar o caos que apenas ganha mais força. Na minha calma aparente, acalento focos de imprecisão e algum desconforto na alma. Agradável, no entanto.
Surgem imagens e pensamentos e com isto, uma ligeira asfixia que tento minimizar, porque eu já sabia.
A pele tem memória. O meu cérebro cumpre a missão. O meu coração acelera e diz-me que sou diferente. Diferente nos pormenores. Meus e do mundo.
Diferente na dificuldade da entrega. Nunca totalmente conseguida.
Diferente na cheia que teima em transpor. Única e reveladora.
Tenho por ti uma ternura inesperada.
Tenho por dentro mais tempestades que tu.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Caos


Sabes a tudo que não devias.
À perfeição deste invulgar inferno,
a noites de sonho e a pedaços de céu.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

São sensações puras, totalmente transparentes, e no meio, uma imensa vontade de as expressar.
Mas os tempos, estes tempos não são meus e eu não sei o que fazer ao que me resta.
Nada sobra. Renasce.
O cheiro das ruas mudou.
As noites deixaram de terminar
e são agora dias.
Todos os dias da minha vida.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Olhei e fiquei.
Como ficamos
quando olhamos assim.
Entre mundos,
dentro de tudo, 
mas lá longe.
Onde nem a vista alcança.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Os sentidos alinham-se numa exactidão impossível.
A vida regride e avança 
como um relógio avariado.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A minha saudade é uma forma, 
que a verdade não quer olhar.
Nada que possa dizer, ou que fique escrito,
a poderá determinar com precisão.
Nada se resolve, nada consigo alcançar
porque dentro de mim,
tenho todas as marés.
Uns dias sossego por antecipação,
outros deformo as margens 
e deixo -me largada.
Eu não vejo o mesmo que tu.
Eu vejo-te a ti.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Onde deito o que sobra, 
porque sobe margens.
Onde acabo, que não sei do meu começo,
onde te encontras que estás também
nas rubras dobras das noites.
Onde te posso ver,
quando as estações do ano
gravam a fogo e água
o teu nome em lâminas que são dias,
e dias que são vidas.
Tão improváveis e perfeitas 
que chego a pensar que te inventei

domingo, 9 de junho de 2013

O que fazemos, o que dizemos,
é nada.
O tudo, é o que conseguimos sentir.
Como olhar o interminável oceano ou
derreter o já doce sabor do medo.