quarta-feira, 8 de maio de 2013

O meu coração por vezes
quase pára. Perplexo.
Quando retoma, é rude,
para não mais ser tentado.

Mas fica quente neste inferno,
numa cálida rendição...

Não quero viver depressa.
Sei dos perigos, das feras e
dos sinais do prazer.
Espero que a vontade passe, construo abrigos, 
fujo de noite para lugares perdidos.
Mas não sai. 
Permanece viva
com formas, melodias e sons.
E eu queimo.
Queimo lentamente.


Sou parte de gentes e idiomas, dias sem tempo e dias felizes.
Tenho campos de estátuas azuis, como a minha lembrança.
Trago nos olhos o caos das noites simples, que contrastam.
Sou parte de uma mente que me ensina e me solta, nunca estando 
verdadeiramente liberta.
Sou o porto de abrigo de milhões de almas, algumas não convidei,
o meu coração pensa e a minha pele tem memória,
mas tenho-te.
Tenho-te algures, entre as mãos e este céu.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A perfeição, é alcançar que entre dois estranhos
um se sinta tão dentro do outro,
que não se entenda mais.

Voltar perdido, 
não é na verdade
estar perdido.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Enquanto juntos,
tento conseguir entender 
o que me fazes ou o que te faço
pela forma como morro.













segunda-feira, 29 de abril de 2013


Fora do meu elemento e
nas minhas viagens,
respiro fundo, levito, sem receio
e chego a sorrir...
Ao regressar,
adormeço tudo em mim.
Embora nunca totalmente.
Nunca.
Nunca totalmente.

sábado, 27 de abril de 2013


Gosto de ti.
Nesta pele que se arrepia sem qualquer brisa e
não estranha o fragor que causas.
Nem quando me olhas distraidamente.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Um dia, talvez,
quando o que trago por ti
se puder desvanecer,
olharei para trás e verei
todos os restos.
Como um sonho.
Todos os restos de mim.

"A mountain isn't far to fall 
When you've fallen from the moon"

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Da minha janela, vejo a noite e vejo-te a ti.
Estás ali. 
Límpido e intocável.
Não te chego, não te toco,
nem alcanço sequer o alcance.

segunda-feira, 22 de abril de 2013


Quando revelamos 
milhões de luzes no olhar,
sem permissão ou razão,
não devemos acordar ou sacudir a vida.