sexta-feira, 26 de abril de 2013

Um dia, talvez,
quando o que trago por ti
se puder desvanecer,
olharei para trás e verei
todos os restos.
Como um sonho.
Todos os restos de mim.

"A mountain isn't far to fall 
When you've fallen from the moon"

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Da minha janela, vejo a noite e vejo-te a ti.
Estás ali. 
Límpido e intocável.
Não te chego, não te toco,
nem alcanço sequer o alcance.

segunda-feira, 22 de abril de 2013


Quando revelamos 
milhões de luzes no olhar,
sem permissão ou razão,
não devemos acordar ou sacudir a vida.

sábado, 20 de abril de 2013


Ainda que me duplique,
me termine,
me revolva.
Ainda que os pensamentos
se descarnem e
de inanimados se transformem
em imagens vivas 
com relevo e textura.
Ainda que a pele tenha memória...


Tornar casual uma ou duas palavras,
quando na realidade 
nos entram no cérebro como chamas.
Ironizar, satirizar a pequena dor,
porque é assim que se chama
esta altercação da consciência.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando admiramos algo que nos tira o fôlego e nos alcança,
quando não podemos deixar de sentir, porque é uma força bruta, o impacto perfeito,
quando afectados nos queremos recompostos, por não sabermos lidar com tanto,
quando não sabemos agarrar a cheia, porque nos cerca e somos humanos.
quando não parece real e nos incomoda a incómoda surpresa,
quando as estações mudam e ficamos confusos com o conflito,
devemos deixar entrar, deixar circular, devagar...
Podemos simplesmente não morrer. 
Cheira-me a tempo morno,
a noites de Verão.
Cheira-me à tua ausência
muito mais sentida no calor

das madrugadas que se antecipam.
Quentes.
Quentes, sinuosas e vazias.

domingo, 14 de abril de 2013

A ternura que te tenho abre céus,
portas e paraísos mais.
Seria mais eu se te pudesse embalar
nas minhas mãos doentes de ti.
Sabes que para além de tudo,
poderia adormecer-te
com os dedos no teu cabelo.
Dizer-te a cada passagem
a falta que me fazes 
e os livros que já li.


sexta-feira, 12 de abril de 2013


Entras-me no cérebro quando me beijas
A tua saliva atravessa os sulcos, e segue.
Eu fico aqui,
demente,
até que retomes este percurso.