segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Trouxe-te para o secretismo dos meus segredos
que são de uma sacralidade ímpar.
Deixei-te estar ali. Deitado, apetecível de tal forma,
que mesmo ausente, 
serás tu em todos os beijos, em todas as noites imorais,
em tudo que puder dar-me prazer.
Entre dias, como uma vasta bruma,
permaneces. Intocável e admirável.
Resta-me procurar uma forma de sair daqui.
Antes fosse amor o que sinto.

sábado, 16 de fevereiro de 2013


Devíamos elevar as nossas almas negras
ao milhão de significados,
porque te reproduzes indefinidamente, e eu,
sou apenas eu.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Eu sou tua. Outra face que se completa indecentemente.
Sou a fraca lua das tuas noites de perdição, 
o descontrolo das tuas veias ou o grito do afecto pungente que me ressuscita.
A alienação de todos nós não pode ser interpretada. 
Se um dia te puder capturar, nu ou simplesmente despido,
guardarei essa calma adulterada no céu da minha boca.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Desejo-te para lá de todas as motivações, porque não existem.
Ainda assim compreendo o meu corpo, e sem qualquer alívio, 
mostro-me a ti esperando que um dia destruas esta náusea. 
Devagar.
Com uma devassidão nata.


Trazes em ti a perfeição
das feições irradiadas.
Trazes o que eu sinto
repartido sem critério,
não fosse esta minha sede 
uma provocação sem fim.
De que plano te ergueste ou
de que luz foste feito,
que subtrais o tempo
que me foi endereçado... ?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Vamos enlouquecer a noite
dar-lhe razões para se esconder
por entre telhados e águas-furtadas.
Vamos secar o rio tornando-o macio
para a chegada lenta da água
a todos os recantos e labirintos
(numa languidez hipnótica).
Vamos abraçar a nudez e os contornos
numa língua que desconhecemos
e que, desconcertados, nos molha os sentidos.
Como os teus lábios nos meus.
Sôfregos, elásticos e quentes.
Encontro-te sempre.
No meu Norte, na alvorada,
na ínfima pedra que calco.

É em tudo que vives.

You turn me on.
Like an idea
Like an atom bomb.





Que pérfido segredo, 
que desvario ou veneno,
que sentido farás tu 
nesta asfixia que não tem fim?