quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Trazes em ti a perfeição
das feições irradiadas.
Trazes o que eu sinto
repartido sem critério,
não fosse esta minha sede 
uma provocação sem fim.
De que plano te ergueste ou
de que luz foste feito,
que subtrais o tempo
que me foi endereçado... ?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Vamos enlouquecer a noite
dar-lhe razões para se esconder
por entre telhados e águas-furtadas.
Vamos secar o rio tornando-o macio
para a chegada lenta da água
a todos os recantos e labirintos
(numa languidez hipnótica).
Vamos abraçar a nudez e os contornos
numa língua que desconhecemos
e que, desconcertados, nos molha os sentidos.
Como os teus lábios nos meus.
Sôfregos, elásticos e quentes.
Encontro-te sempre.
No meu Norte, na alvorada,
na ínfima pedra que calco.

É em tudo que vives.

You turn me on.
Like an idea
Like an atom bomb.





Que pérfido segredo, 
que desvario ou veneno,
que sentido farás tu 
nesta asfixia que não tem fim?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Perfeição


Confesso não conseguir esquecer as feições.
Que elemento tão belo carregas contigo
que me anula a opulência do espírito?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Sigo de olhos postos na multidão
sentindo o vento da sua passagem,
e penso como viverão e onde acontece.
Alguém passa por mim com olhos de dor, amor,
alguém passa por mim com olhos de lascívia, de fome.
E eu não sou ninguém porque não estás
nem ouço as palavras que me lançam, porque não sei.
Sou todos eles por fracções
e absolutamente nenhum, separadamente.

Quero este quarto. Obscuro, soturno.
Usar o sexo das estátuas e dos vultos.
Quero raiar de vermelho as cortinas pesadas
das janelas para o fim do mundo.

É isto o meu desejo de ti.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Trago em mim este tesouro.
Feito de almas tortuosas e afáveis,
de saudade e de paixão.
Trago tudo isto
sem estacar nas subidas,
porque é urgente a caminhada.
Se soubesses como assim se morre infinitamente,
como a morte de um só dia
é a alma do que virá.

Trago-te em mim se não te encontrares...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Deita-te comigo num sono desalinhado
Saberei tocar-te, desejar-te de forma imprópria.
Serei mil viagens no teu cérebro.
Todas as cores, sabores e seres vivos.

A agonia deve-se mastigar lentamente.