quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Um dia

Um dia experimento escrever a noite inteira. 
Escrever sobre tudo, mesmo sobre ti. Tenho sempre esta sensação de delírio quando completo um texto. Como um orgasmo. 
Ao mesmo tempo, o que escrevo parece levar-me a ti, por caminhos sinuosos, como uma linha telefónica. Invisível, mas de néon. 
Provavelmente tudo está interligado, e assim começam muitas vezes as minhas viagens cheias de cor, de sabor, porque estas coisas vêem-se e saboreiam-se.
Hei-de escrever sobre a fragrância de determinados momentos. Partes que pararam o tempo num desafio inimaginável e que eu presenciei.
Despedidas aparentemente vulgares que me encheram a alma, instantes que ganhei e guardei nos lábios para saborear com atenção mais tarde.
Mais tarde quando fico sozinha e chamo a mim quem eu quero. Uma redoma que basta agarrar, que me leva por minutos e me sacia.
Um dia experimento escrever a noite inteira.
Escrever sobre tudo, mesmo sobre ti.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Kinda private, but... nobody knows...

Um dia escrevi isto. 
Para uma pessoa única e incomparável. Sem hesitações, sem medos, sem rede. 

"Be careful what you wish for, because you just might get it all": I wish that could be true ;)

Quero-te como ninguém,
E eu sou alguém e estou perdida
mas não sou menos que a vida...
Agarra-me com os teus braços
envolve-me, deita-me.
Eu sou quem tu quiseres.
Sou um animal, um anjo,
uma noite quente, um amor dormente.
Sou o sexo, a razão,
o desejo de te reter, maior que tudo.
Redobra a minha vida,
dobra-me, elimina-me,
corta-me a boca
arrasa-me e eleva-me.
Serei o teu grito, camuflado
e tu serás a minha ruína.
Mas tu existes.
Tu existes...

domingo, 9 de dezembro de 2012



Não esgotei o que sinto, nem hoje, ontem ou amanhã.
Vou envolta em mim e em pormenores, 
pontuações, sorrisos e algum desgaste (ou desastre).
Vou envolta no cheiro, no desejo, no dia e na noite
e em todas as horas que te quis e me perdoo.
Ninguém é igual, ainda assim não entendo
como os dias passam e só me sinto crescer.
Como se todos me vissem e entendessem o que sinto
porque é tão grandioso que a vista pode alcançar.
Mas nem tu o soubeste, eu estava errada.
Vou envolta nos teus olhos, na tua boca,
no quente da tua aproximação, na tua falta.
E vou perdida. 
Completamente perdida.





quinta-feira, 25 de outubro de 2012


Devíamos deformar a sombra
para que vejas a minha vontade. 
Tão imensa, que não cabe em lugar algum.

terça-feira, 23 de outubro de 2012


Anda,
leva-me contigo
e não me deixes falar.
Vamos ver outro mundo
com esses e estes olhos.
Anda,
foge comigo até ali
ficamos no precipício
a ver o dia acabar.
Prometo não te largar.
Anda,
vamos embora um dia
ver o sol noutra rua,
dar voltas ao acaso
e quem sabe tocar a lua.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Os dias pesam-me,
Nada vale a minha rendição.
Se eu te beijar, vestes-me?
Se eu me esconder, achas-me?
Se eu me for, procuras-me?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Se soubesses como sinto cada dia que passa...
Por vezes um punhal,
por vezes um sopro,
mas nunca indiferente à saudade.
A saudade de morrer por ti

só por te olhar,
por te ver,
por nada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Encontrei-te no caos
e não tenciono perder-te.
Diz que me sentes.
Diz,
diz que me sentes algures,
porque esses dias também são meus.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Não sou meio termo, nem coisa pouca,
porque não estarei para sempre.
Enquanto puder, viverei nesta minha cidade dos loucos
vulnerável às temperaturas, às palavras, aos detalhes.
Tudo que sinto, quase dá para agarrar, porque tem forma.
É como uma nuvem densa que se pode moldar, abraçar, cortar.
E voa, na direcção que mais quero...
Para que temos pele afinal?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sou a sombra que refresca 
quem me segue ou está a par.
Sou um invólucro,
matéria, carne,
ideia, expressão e ar.
Sou a mão calada que te aquece
sou a prece da tua prece
a revolta nua no silêncio do teu chão.
Sou a chegada da notícia
o abalo, a guerra e a quebra,

a terra, o feitiço e a regra.
Sou a ternura que temo, pois não me esquece
A minha que não pode ser tua
absoluta e alienada
não perdida pois foi achada,
estranha, invulgar, acirrada perdição.