sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dedicado exclusivamente à minha filha


Amar uma filha, é sentir o seu sonho nos nossos sonhos, ainda que não o tenhamos.
Podemos ter outros, mas haverá espaço para mais aquele. Porque é dela.
Querer é quase conseguir. O início, o meio e quem sabe, o fim.
Somos duas a querer. Já somos um milhão.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Poema de um suicida

Se me quiseres tocar,
senta-te, respira fundo e revê
dias e noites gloriosas que vivemos.
Estarei a circular no teu sangue
porque o teu cérebro se lembra de mim, processa-me.
Se me quiseres falar,
diz-me, conta-me histórias
de ti, de mim, de nós.
Estarei no livro da tua cabeceira
na sombra que projectas 
pela luz que irás apagar.
Não me julgues,
não me julgues...
Numa vida sem sonhos,
a alma num tumulto, mas nunca derrotada,
assumi o papel principal.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Agradecimento

Olá a todos!
Agradeço aos recentes visitantes da Russia, e claro, aos restantes dos Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Áustria, Ucrânia, Reino Unido, Malásia, Angola e por aí fora (não caberiam todos aqui). Um obrigado especial aos nossos tugas e sugiro que SIGAM o blogue. Sempre que publicar alguma coisa, serão notificados!
Beijos desviantes (mas pouco)*

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Estás no som dos jornais folheados
estás nas manhãs nubladas, ali,
a adensar um pequeno espaço.
Estás nos meus olhos fechados,
apertados ou estáticos, extasiados.
Estás no simples segurar de uma folha
na tarde dourada de um pátio
nos sons de todas as estações.
Estás aqui e ali,
onde fui, onde vou e onde já estive.
Chegaste algures assim.
Em todas as minhas intenções.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Suar por uma pessoa só por a olhar,
é de uma inocência atroz.
Um misto de fome com inesperada ternura,
é querer projectar a nossa pele com urgência
como quem conquista um declive.
É não ter poder sobre o que pensamos e sentimos
porque o cérebro não sabe se pode ou deve
Ter um coração orgânico
adaptado a impostos (supostos) limites,
é das mais perfeitas e pecaminosas injustiças.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Se soubéssemos como a vida é curta para viver
como o mar não é imenso para navegar,
escolheríamos momentos perfeitos, sons preferidos,
sabores jamais experimentados,
como eu, que te escolho no marasmo dos segundos que passam,
que te agarro sem força porque vais e acenas-me
e eu retribuo sem esforço.
Estás longe, na mira dos meus sonhos
e eu aguardo sem poder explicar
que te sinto por vezes, no pulsar da natureza.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ai como seria diferente se os dias tivessem asas em vez de tempo e as minhas mãos te segurassem sem te tocar.
Mesmo que por vezes a vontade fosse muita e a minha pele te queimasse ao toque...
Como seria diferente se me tivesse cruzado um dia, apressada ou simplesmente lenta, líquida, contigo.
Esse olhar que não guardei, esse momento que não teve lugar, faz parte do meu lamento.
Peço-te assim, agora, para ardermos juntos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os tempos passam carregados de odores
deste e de outros campos,
onde os dias se escondem de tão curtos
e as noites surgem majestosas e cheias de lua.
Era aqui que eu queria interromper, com um gesto ou olhar,
o silêncio da leve e ousada brisa
guardar a imagem e dedicar-te o momento,
ou secretamente dar o teu nome a esta estranha sensação.

domingo, 8 de julho de 2012

À noite

Todas as portas de velhas ruas
seriam nossas
e eu beijava-te à beira do rio.
Visitávamos igrejas antigas
de mãos dadas, com força
e seu beijava-te sem te tocar.
Nos frondosos jardins jamais continuados
com cheiro a Verão e a mar quente
eu beijava-te num adeus sentido,
porque a vida é feita
de instantes impossíveis
que transformam os sonhos em momentos reais.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ainda aqui estou.
Cansada de não estar cansada
porque o dia nasce de novo
e não sei do tempo para reflectir.
Ainda aqui estou
sem procurar uma paragem
porque não sou feita de sussurros
ou breves palavras ténues (lisas e feitas de água).
Ainda aqui estou
porque a vida é uma guerra,
a minha mente tem esporas
e eu não me seduzo com pouco.
Ainda aqui estou
para te querer quando quiser
porque a razão não existe, não insiste
nem eu a deixava entrar.