quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ai como seria diferente se os dias tivessem asas em vez de tempo e as minhas mãos te segurassem sem te tocar.
Mesmo que por vezes a vontade fosse muita e a minha pele te queimasse ao toque...
Como seria diferente se me tivesse cruzado um dia, apressada ou simplesmente lenta, líquida, contigo.
Esse olhar que não guardei, esse momento que não teve lugar, faz parte do meu lamento.
Peço-te assim, agora, para ardermos juntos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os tempos passam carregados de odores
deste e de outros campos,
onde os dias se escondem de tão curtos
e as noites surgem majestosas e cheias de lua.
Era aqui que eu queria interromper, com um gesto ou olhar,
o silêncio da leve e ousada brisa
guardar a imagem e dedicar-te o momento,
ou secretamente dar o teu nome a esta estranha sensação.

domingo, 8 de julho de 2012

À noite

Todas as portas de velhas ruas
seriam nossas
e eu beijava-te à beira do rio.
Visitávamos igrejas antigas
de mãos dadas, com força
e seu beijava-te sem te tocar.
Nos frondosos jardins jamais continuados
com cheiro a Verão e a mar quente
eu beijava-te num adeus sentido,
porque a vida é feita
de instantes impossíveis
que transformam os sonhos em momentos reais.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ainda aqui estou.
Cansada de não estar cansada
porque o dia nasce de novo
e não sei do tempo para reflectir.
Ainda aqui estou
sem procurar uma paragem
porque não sou feita de sussurros
ou breves palavras ténues (lisas e feitas de água).
Ainda aqui estou
porque a vida é uma guerra,
a minha mente tem esporas
e eu não me seduzo com pouco.
Ainda aqui estou
para te querer quando quiser
porque a razão não existe, não insiste
nem eu a deixava entrar.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A minha alma não é um espaço recôndito
Ou uma simples e pequena estrada.
Sabes dela, está aqui.
Na minha alma cabem sonhos e delírios, quadros e fantasias
cabem astros e magia.
Correm os raios das tempestades e o suor dos dias quentes
Há espaço para mais sonhos e mais dias que queiram vir
Sabes dela, está aqui.
E aguarda.
Aqui.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

E se neste dia e no outro que virá
Eu me sentasse à sombra deste sonho
E calmamente te olhasse
E estranhamente te dissesse que
Nem acredito que não te tenho...
Comigo.
Comigo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quem me lê, fica sem saber o que sou.
Inalterada, expectante, inconformada mas constante.
Expresso-me, mas não me perco.
Divago, vou ao fim do mundo, mas sou atenta. Vigilante.
Tenho em mim um dilúvio de sensações, a vontade e
a minha própria guerra.
Sim, estou pronta.

sábado, 14 de abril de 2012

Surgiste pé ante pé sem fazeres soar (sequer) a quietude.
Sem querer, sem quereres.
E o que faço agora que te desejo?


terça-feira, 10 de abril de 2012

Subitamente (ou não)
os teus olhos aquecem-me
derretendo a linha do horizonte
onde a vida pulsa moldada nesse desejo.