segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os tempos passam carregados de odores
deste e de outros campos,
onde os dias se escondem de tão curtos
e as noites surgem majestosas e cheias de lua.
Era aqui que eu queria interromper, com um gesto ou olhar,
o silêncio da leve e ousada brisa
guardar a imagem e dedicar-te o momento,
ou secretamente dar o teu nome a esta estranha sensação.

domingo, 8 de julho de 2012

À noite

Todas as portas de velhas ruas
seriam nossas
e eu beijava-te à beira do rio.
Visitávamos igrejas antigas
de mãos dadas, com força
e seu beijava-te sem te tocar.
Nos frondosos jardins jamais continuados
com cheiro a Verão e a mar quente
eu beijava-te num adeus sentido,
porque a vida é feita
de instantes impossíveis
que transformam os sonhos em momentos reais.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ainda aqui estou.
Cansada de não estar cansada
porque o dia nasce de novo
e não sei do tempo para reflectir.
Ainda aqui estou
sem procurar uma paragem
porque não sou feita de sussurros
ou breves palavras ténues (lisas e feitas de água).
Ainda aqui estou
porque a vida é uma guerra,
a minha mente tem esporas
e eu não me seduzo com pouco.
Ainda aqui estou
para te querer quando quiser
porque a razão não existe, não insiste
nem eu a deixava entrar.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A minha alma não é um espaço recôndito
Ou uma simples e pequena estrada.
Sabes dela, está aqui.
Na minha alma cabem sonhos e delírios, quadros e fantasias
cabem astros e magia.
Correm os raios das tempestades e o suor dos dias quentes
Há espaço para mais sonhos e mais dias que queiram vir
Sabes dela, está aqui.
E aguarda.
Aqui.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

E se neste dia e no outro que virá
Eu me sentasse à sombra deste sonho
E calmamente te olhasse
E estranhamente te dissesse que
Nem acredito que não te tenho...
Comigo.
Comigo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quem me lê, fica sem saber o que sou.
Inalterada, expectante, inconformada mas constante.
Expresso-me, mas não me perco.
Divago, vou ao fim do mundo, mas sou atenta. Vigilante.
Tenho em mim um dilúvio de sensações, a vontade e
a minha própria guerra.
Sim, estou pronta.

sábado, 14 de abril de 2012

Surgiste pé ante pé sem fazeres soar (sequer) a quietude.
Sem querer, sem quereres.
E o que faço agora que te desejo?


terça-feira, 10 de abril de 2012

Subitamente (ou não)
os teus olhos aquecem-me
derretendo a linha do horizonte
onde a vida pulsa moldada nesse desejo.